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terça-feira, 2 de setembro de 2014
A precarização salarial das Forças Armadas brasileiras
Por Jefferson Gomes Nogueira
De todas as instituições imbuídas constitucionalmente de
garantir a paz social e a segurança pública, as Forças Armadas são as mais
defasadas, seja em termos de progressão na carreira, seja na questão de moradia
ou em questões salariais.
É recorrente o envio de tropas do Exército, da Marinha e da
Aeronáutica em apoio aos estados brasileiros para as mais diversas demandas.
Depois da atuação das Forças Armadas antes, durante e depois da fatídica Copa
das Copas, em que centenas de militares ficaram meses longe de seus familiares
para garantir o sucesso daquele evento, necessário se faz colocar na agenda dos
presidenciáveis a questão da defasagem salarial que vitima essa categoria
social há anos.
Numa comparação rápida no portal da transparência do governo
federal pode-se constatar a disparidade salarial existente entre o Ministério
da Defesa e outros órgãos de segurança pública do País, sejam eles estaduais ou
federais.
Assistimos, nos últimos meses que antecederam a Copa, ao
emprego do Exército e da Marinha no estado do Rio de Janeiro, em Salvador e em
Pernambuco, em missões que caberiam, à luz da Constituição Federal, a outros
órgãos de segurança pública.
O emprego das Forças Armadas no combate ao tráfico de drogas
deveria se restringir a vigilância de nossa extensa faixa de fronteiras;
entretanto, essas tropas federais vêm sendo constantemente utilizadas em ações
de apoio às operações policiais contra o crime organizado e o tráfico de drogas
no meio urbano, missão que foge a sua especificidade operacional e
constitucional, haja vista que são ações de natureza policial.
Não obstante ao fato de que, na estrita Garantia da Lei e da
Ordem, podem as Forças Armadas ser empregadas após o pedido dos governadores à
Presidência da República, o fato é que em muitos desses casos essa missão
caberia à Força de Segurança Nacional, criada justamente com essa finalidade.
Essa força especializada composta por policiais civis e militares, por peritos
criminais e por bombeiros militares das diversas unidades da federação trabalha
atrelada à Secretaria de Segurança Pública do Ministério da Justiça.
Além dessas missões de intervenção direta no combate à
criminalidade, as Forças Armadas atuam nos lugares mais longínquos do País não
só na missão de segurança das fronteiras nacionais, mas, sobretudo, na
estabilidade social daquelas localidades. Seu emprego vai desde a
construção/reconstrução e manutenção das vias de acesso (estradas e pontes),
passando pela assistência médica/odontológica às populações locais, até ao
apoio à educação básica.
Desnecessário se faz, nesse pequeno artigo, ressaltar o
importante papel das Forças Armadas na missão de paz no Haiti, que já dura mais
de uma década e que já custou a vida de dezenas de militares brasileiros.
Dessa forma, é imprescindível que a defasagem salarial das
Forças Armadas entre nos debates dessa campanha presidencial, haja vista que
aquela instituição está diretamente envolvida nas questões inerentes à
segurança pública, em que, historicamente, assistimos, por ocasião das diversas
greves das Polícias Militares Estaduais, à imediata e pronta intervenção das
Forças Armadas na garantia da segurança pública em diversos estados.
A questão crucial é que as Forças Armadas são impedidas, por
dispositivo legal, de fazer greve e reivindicar seus direitos. Esse fato as
deixam numa situação paradoxal, pois, enquanto as forças auxiliares exercem seu
justo direito de lutar por suas demandas mais prementes, os militares das
Forças Armadas veem, silenciosamente, seus salários e seus direitos sendo
usurpados significativamente.
De todas as instituições imbuídas constitucionalmente de
garantir a paz social e a segurança pública, as Forças Armadas são as mais
defasadas, seja em termos de progressão na carreira, seja na questão de moradia
ou em questões salariais.
A Medida Provisória nº 2.215-10, de 31 de agosto de 2001,
que trata da remuneração dos militares das Forças Armadas e que suprimiu
diversos direitos da categoria, tramita no Congresso Nacional há mais de uma
década, demonstrando o total descaso pela categoria. “Ou se revoga toda a MP,
com os efeitos maléficos que eles trouxeram, ou então se discute as emendas que
apresentamos.
Do jeito que está não podemos mais ficar. É preciso que o
Executivo entenda que precisa remunerar os militares dignamente”, defendeu
Ivone Luzardo, presidente da União Nacional das Esposas dos Militares e
Pensionistas, Unemfa, durante reunião entre o presidente do Senado, Renan
Calheiros, e dezenas de representantes de associações dos mais diversos setores
da Marinha, Exército e Aeronáutica, ocorrida em 13 de maio deste ano. De acordo
com os representantes dos militares, mais de oito milhões de pessoas dependem
da votação da MP 2215/2001.
Para uma instituição que figura em segundo lugar no quesito
credibilidade e confiança da população brasileira, sua situação salarial está
longe de corresponder a tamanho grau de responsabilidade e prestígio.
Fonte: A Verdade Sufocada
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Jefferson Gomes Nogueira é Sociólogo e mestre em História
MARINA: A MARIONETE DA VEZ
Por Sérgio Alves de Oliveira
Tenho acompanhado com vivo interesse no “Alerta Total” a insistente suposição de
que as eleições que se avizinham estariam sendo
manipuladas,fraudulentamente,tanto nas
pesquisas,quanto na futura apuração eletrônica das urnas. Assim os “resultados”
da apuração não trariam nenhuma surpresa em
relação às pesquisas. Seria só “empossar”o vencedor.Com naturalidade.
O “ajuste” entre as pesquisas e o resultado das eleições já
viria “amaciado”,ou seja,em índices menores do que deveriam ser
originalmente,em vista da “migração” de eleitores INDUZIDOS por essas pesquisas
para a chapa “vencedora”. Essa tendência,na verdade covarde,é da natureza
humana dos fracos. Sempre é mais cômodo e seguro ficar ao lado do “vencedor”.
As fraudes,portanto,estariam nas forças
psicológicas que induzem o voto e na própria apuração eletrônica,previamente
planejada. Qualquer um sabe que a eletrônica permite esses “manuseios”.
Antes do acidente aéreo que vitimou Eduardo Campos,quase
todos acreditavam que a disputa seria
resolvida já em primeiro turno,com Dilma,ou em segundo turno,entre Dilma e
Aécio. Quase ninguém cogitava da possibilidade de vitória eleitoral da chapa
Campos/Marina,seja em primeiro ou segundo turno. Em seguidinha à morte de Campos,começaram a
dizer que a eleição iria para segundo turno e que o PSB (agora com Marina na
cabeça) seria o “fiel-da-balança”. Cheguei a escrever sobre isso. Mas errei. A
“coisa”foi mais longe.
Agora tudo mudou. A preferência parece ter passado para
Marina,o que mostra a imaturidade de uma democracia (na verdade OCLOCRACIA)
,pois nunca um acidente com qualquer candidato poderia mudar o quadro
eleitoral em tal dimensão em tão curto
espaço de tempo.
O acidente aéreo precipitou ou “facilitou” o gerenciamento
das eleições Tanto que até haveria motivos “eleitorais” para que colocassem
Marina no lugar de Campos. Ela era “melhor”de votos que Campos,sempre lembrando
que não vivemos uma democracia,porém a
oclocracia.
Portanto,sendo claro,a morte de Campos impulsionou a
candidatura Marina Silva,agora na cabeça de chapa. Por isso não deveria causar
nenhuma surpresa se procedente a suspeita do Ministério Público que o dito acidente
teria sido provocado por algo “externo”. O acidente tende a provocar a vitória
do PSB e aliados. Eleitoralmente falando,o óbito de Campos foi um bem para o
PSB.
Mas tenho para mim,e aí vou divergir de quase todos,que o
“Sistema” ,chamado por alguns de Oligarquia Financeira ,antes já estava
apostando na chapa Campos/Marina.Mas parece que não estava “funcionando”.
Campos não decolava. Agora com Marina ficou melhor e mais garantido investir.
Mato a cobra e mostro o pau. Também Collor de Mello foi uma
surpresa. Venceu como um relâmpago. Ninguém esperava. Agora se repete. No dia
que Marina aceitou ser vice de Campos,o “Blog do Kennedy”,de 28.1.14, deu a
notícia e ali “comentei”o seguinte: “Certamente estão aí os novos chefes de
governo. O Sistema vai dar um p.p. na b...do PT,que tanto lhe serviu até hoje.
Mas ficou desgastado.Não serve mais.O mesmo ocorreu antes com o Regime
Militar,que também foi dispensado. O Sistema age assim,sempre alternando com
grupos que vão fazer a mesma coisa. A bola da vez é Eduardo Campos e Marina
Silva. Querem apostar? “
Mas não foi só aí. Também no “Alerta Total”, de 3 de março
,escrevi “Encruzilhada Eleitoral “,onde tratei das eleições em curso: “O
SISTEMA que elegeu,reelegeu e sustentou o PT,e de quem recebeu todos os
favores,parece estar avaliando a situação,mesmo fazendo uma “concorrência” entre os candidatos,para ver qual deles
melhor servirá seus interesses. Essa é a “ideologia”do Sistema. Conforme a
opção,será fácil fazer com que o povo “homologue”a sua vontade nas malditas
urnas. Bastarão algumas doses de lavagem cerebral. Na verdade a grande massa do
povo não tem consciência política pare decidir pelo “seu” próprio
melhor.Geralmente ela é conduzida,assim cavando o próprio túmulo. Mas é ela quem decide,quem elege.”
Estes são alguns pensamentos que ouso submeter ao Editor e Colaboradores.
Fonte: Alerta Total
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Sérgio Alves de Oliveira é Sociólogo e Advogado.
Por que o nazismo era socialismo e por que o socialismo é totalitário.
Por George Reisman
Minha intenção é expor dois pontos principais: (1) Mostrar
que a Alemanha Nazista era um estado socialista, e não capitalista. E (2)
mostrar por que osocialismo, compreendido como um sistema econômico baseado na
propriedade estatal dos meios de produção, necessariamente requer uma ditadura
totalitária.
A caracterização da Alemanha Nazista como um estado
socialista foi uma das grandes contribuições de Ludwig von Mises.
Quando nos recordamos de que a palavra "Nazi" era
uma abreviatura de "der Nationalsozialistische Deutsche Arbeiters
Partei" — Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães —, a
caracterização de Mises pode não parecer tão notável. O que se poderia esperar
do sistema econômico de um país comandado por um partido com "socialista"
no nome além de ser socialista?
Não obstante, além de Mises e seus leitores, praticamente
ninguém pensa na Alemanha Nazista como um estado socialista. É muito mais comum
se acreditar que ela representou uma forma de capitalismo, aquilo que
comunistas e marxistas em geral têm alegado.
A base do argumento de que a Alemanha Nazista era
capitalista é o fato de que a maioria das indústrias foi aparentemente deixada
em mãos privadas.
O que Mises identificou foi que a propriedade privada dos
meios de produção existia apenas nominalmente sob o regime Nazista, e que o
verdadeiro conteúdo da propriedade dos meios de produção residia no governo
alemão. Pois era o governo alemão e não o proprietário privado nominal quem
decidia o que deveria ser produzido, em qual quantidade, por quais métodos, e a
quem seria distribuído, bem como quais preços seriam cobrados e quais salários
seriam pagos, e quais dividendos ou outras rendas seria permitido ao
proprietário privado nominal receber.
A posição do que se alega terem sido proprietários privados
era reduzida essencialmente à função de pensionistas do governo, como Mises
demonstrou.
A propriedade governamental "de fato" dos meios de
produção, como Mises definiu, era uma consequência lógica de princípios
coletivistas fundamentais adotados pelos nazistas como o de que o bem comum vem
antes do bem privado e de que o indivíduo existe como meio para os fins do
estado. Se o indivíduo é um meio para os fins do estado, então, é claro, também
o é sua propriedade. Do mesmo modo em que ele pertence ao estado, sua
propriedade também pertence.
Mas o que especificamente estabeleceu o socialismo "de
fato" na Alemanha Nazista foi a introdução do controle de preços e
salários em 1936. Tais controles foram impostos como resposta ao aumento na
quantidade de dinheiro na economia praticada pelo regime nazista desde a época
da sua chegada ao poder, no início de 1933. O governo nazistaaumentou a
quantidade de dinheiro no mercado como meio de financiar o vasto aumento nos
gastos governamentais devido a seus programas de infraestrutura, subsídios e
rearmamento. O controle de preços e salários foi imposto em resposta ao aumento
de preços resultante desta inflação.
O efeito causado pela combinação entre inflação e controle
de preços foi a escassez, ou seja, a situação na qual a quantidade de bens que
as pessoas tentam comprar excede a quantidade disponível para a venda.
As escassezes, por sua vez, resultam em caos econômico. Não
se trata apenas da situação em que consumidores que chegam mais cedo estão em
posição de adquirir todo o estoque de bens, deixando o consumidor que chega
mais tarde sem nada — uma situação a que os governos tipicamente respondem
impondo racionamentos. Escassezes resultam em caos por todo o sistema
econômico. Elas tornam aleatória a distribuição de suprimentos entre as regiões
geográficas, a alocação de um fator de produção dentre seus diferentes
produtos, a alocação de trabalho e capital dentre os diferentes ramos do
sistema econômico.
Face à combinação de controle de preços e escassezes, o efeito
da diminuição na oferta de um item não é, como seria em um mercado livre, o
aumento do preço e da lucratividade, operando o fim da diminuição da oferta, ou
a reversão da diminuição se esta tiver ido longe demais. O controle de preços
proíbe o aumento do preço e da lucratividade. Ao mesmo tempo, as escassezes
causadas pelo controle de preços impedem que aumentos na oferta reduzam o preço
e a lucratividade de um bem. Quando há uma escassez, o efeito de um aumento na
oferta é apenas a redução da severidade desta escassez. Apenas quando a
escassez é totalmente eliminada é que um aumento na oferta necessita de uma
diminuição no preço, trazendo consigo uma diminuição na lucratividade.
Como resultado, a combinação de controle de preços e
escassezes torna possíveis movimentos aleatórios de oferta sem qualquer efeito
no preço ou na lucratividade. Nesta situação, a produção de bens dos mais
triviais e desimportantes, como bichinhos de pelúcia, pode ser expandida à
custa da produção dos bens importantes e necessários, como medicamentos, sem
efeito sobre o preço ou lucratividade de nenhum dos bens. O controle de preços
impediria que a produção de remédios se tornasse mais lucrativa, conforme a sua
oferta fosse diminuindo, enquanto a escassez mesmo de bichinhos de pelúcia
impediria que sua produção se tornasse menos lucrativa conforme sua oferta
fosse aumentando.
Como Mises demonstrou,
para lidar com os efeitos indesejados decorrentes do controle de preços,
o governo deve abolir o controle de preços ou ampliar tais medidas,
precisamente, o controle sobre o que é produzido, em qual quantidade, por meio
de quais métodos, e a quem é distribuído, ao qual me referi anteriormente. A
combinação de controle de preços com estas medidas ampliadas constituem a
socialização "de fato" do sistema econômico. Pois significa que o
governo exerce todos os poderes substantivos de propriedade.
Este foi o socialismo instituído pelos nazistas. Mises o
chama de modelo alemão ou nazista de socialismo, em contraste ao mais óbvio
socialismo dos soviéticos, ao qual ele chama demodelo russo ou bolchevique de
socialismo.
O socialismo, é claro, não acaba com o caos causado pela
destruição do sistema de preços. Ele apenas perpetua esse caos. E se
introduzido sem a existência prévia de controle de preços, seu efeito é
inaugurar este mesmo caos. Isto porque o socialismo não é um sistema econômico
verdadeiramente positivo. É meramente a negação do capitalismo e seu sistema de
preços. E como tal, a natureza essencial do socialismo é a mesma do caos econômico
resultante da destruição do sistema de preços por meio do controle de preços e
salários.
(Quero demonstrar que a imposição de cotas de produção no
estilo bolchevique de socialismo, com a presença de incentivos por todos os
lados para que estas sejam excedidas, é uma fórmula certa para a escassez
universal da mesma forma como ocorre quando se controla preços e salários.)
No máximo, o socialismo meramente muda a direção do caos. O
controle do governo sobre a produção pode tornar possível uma maior produção de
alguns bens de especial importância para si mesmo, mas faz isso à custa de uma
devastação de todo o resto do sistema econômico. Isto porque o governo não tem
como saber dos efeitos no resto do sistema econômico da sua garantia da
produção dos bens aos quais atribui especial importância.
Os requisitos para a manutenção do sistema de controle de
preços e salários trazem à luz anatureza totalitária do socialismo — mais
obviamente, é claro, na variante alemã ou nazista de socialismo, mas também no
estilo soviético.
Podemos começar com o fato de que o autointeresse financeiro
dos vendedores operando sob ocontrole de preços seja de contornar tais
controles e aumentar seus preços. Compradores, antes impossibilitados de obter
os bens, estão dispostos a — na verdade, ansiosos para — pagar estes preços
mais altos como meio de garantir os bens por eles desejados. Nestas
circunstâncias, o que pode impedir o aumento dos preços e o desenvolvimento de
um imenso mercado negro?
A resposta é a combinação de penas severas com uma grande
probabilidade de ser pego e, então, realmente punido. É provável que meras
multas não gerem a dissuasão necessária. Elas serão tidas como simplesmente um
custo adicional. Se o governo deseja realmente fazer valer o controle de
preços, é necessário que imponha penalidades comparadas àquelas dos piores
crimes.
Mas a mera existência de tais penas não é o bastante. O
governo deve tornar realmente perigosa a condução de transações no mercado
negro. Deve fazer com que as pessoas temam que agindo desta forma possam, de
alguma maneira, ser descobertas pela polícia, acabando na cadeia. Para criar
tal temor, o governo deve criar um exército de espiões e informantes secretos.
Por exemplo, o governo deve fazer com que o dono da loja e o seu cliente tenham
medo de que, caso venham a se engajar em uma transação no mercado negro, algum
outro cliente na loja vá lhe informar.
Devido à privacidade e sigilo em que muitas transações no
mercado negro ocorrem, o governo deve ainda fazer com que qualquer participante
de tais transações tenha medo de que a outra parte possa ser um agente da
polícia tentando apanhá-lo. O governo deve fazer com que as pessoas temam até
mesmo seus parceiros de longa data, amigos e parentes, pois até eles podem ser
informantes.
E, finalmente, para obter condenações, o governo deve
colocar a decisão sobre a inocência ou culpa em casos de transações no mercado
negro nas mãos de um tribunal administrativo ou seus agentes de polícia
presentes. Não pode contar com julgamentos por júris, devido à dificuldade de
se encontrar número suficiente de jurados dispostos a condenar a vários anos de
cadeia um homem cujo crime foi vender alguns quilos de carne ou um par de
sapatos acima do preço máximo fixado.
Em suma, a partir daí o requisito apenas para a aplicação
das regulamentações de controle de preços é a adoção de características
essenciais de um estado totalitário, nominalmente o estabelecimento de uma
categoria de "crimes econômicos", em que a pacífica busca pelo
autointeresse material é tratada como uma ofensa criminosa grave. Para tanto é
necessário o estabelecimento de um aparato policial totalitário, repleto de
espiões e informantes, com o poder de prisões arbitrárias.
Claramente, a imposição e a fiscalização do controle de
preços requerem um governo similar à Alemanha de Hitler ou à Rússia de Stalin,
no qual praticamente qualquer pessoa pode ser um espião da polícia e no qual
uma polícia secreta existe e tem o poder de prender pessoas. Se o governo não
está disposto a ir tão longe, então, nesta medida, o controle de preços se
prova inaplicável e simplesmente entra em colapso. Nesse caso, o mercado negro
assume maiores proporções.
(Observação: não estou sugerindo que o controle de preços
foi a causa do reino de terror instituído pelos nazistas. Estes iniciaram seu
reino de terror bem antes da decretação do controle de preços. Como resultado,
o controle de preços foi decretado em um ambiente feito para a sua aplicação.)
As atividades do mercado negro exigem o cometimento de
outros crimes. Sob o socialismo "de fato", a produção e a venda de
bens no mercado negro exige o desafio às regulamentações governamentais no que
diz respeito à produção e à distribuição, bem como o desafio ao controle de
preços. Por exemplo, o governo pretende que os bens que são vendidos no mercado
negro sejam distribuídos de acordo com seu planejamento, e não de acordo com o
do mercado negro. O governo pretende, igualmente, que os fatores de produção
usados para se produzir aqueles bens sejam utilizados de acordo com o
seuplanejamento, e não com o propósito de suprir o mercado negro.
Sobre um sistema socialista "de direito", como o
que existia na Rússia soviética, no qual o ordenamento jurídico do país aberta
e explicitamente tornava o governo o proprietário dos meios de produção, toda a
atividade do mercado negro, necessariamente, exige aapropriação indébita ou o
roubo da propriedade estatal. Por exemplo, considerava-se queos trabalhadores e
gerentes de fábricas na Rússia soviética que tiravam produtos destas para
vender no mercado negro estavam roubando matéria-prima fornecida pelo estado.
Além disso, em qualquer tipo de estado socialista — nazista
ou comunista —, o plano econômico do governo é parte da lei suprema do país.
Temos uma boa ideia de quão caótico é o chamado processo de planejamento do
socialismo. O distúrbio adicional causado pelo desvio, para o mercado negro, de
suprimentos de produção e outros bens é algo que oestado socialista toma como
um ato de sabotagem ao planejamento econômico nacional. E sabotagem é como o
ordenamento jurídico dos estados socialistas se refere a isto. Em concordância
com este fato, atividades de mercado negro são, com frequência, punidas com
pena de morte.
Um fato fundamental que explica o reino de terror
generalizado encontrado sob o socialismo é o incrível dilema em que o estado
socialista se coloca em relação à massa de seus cidadãos. Por um lado, o estado
assume total responsabilidade pelo bem-estar econômico individual. O estilo de
socialismo russo ou bolchevique declara abertamente esta responsabilidade —
esta é a fonte principal do seu apelo popular. Por outro lado, oestado
socialista desempenha essa função de maneira desastrosa, tornando a vida do
indivíduo um pesadelo.
Todos os dias de sua vida, o cidadão de um estado socialista
tem de perder tempo em infindáveis filas de espera. Para ele, os problemas
enfrentados pelos americanos com a escassez de gasolina nos anos 1970 são
normais; só que ele não enfrenta este problema em relação à gasolina — pois ele
não tem um carro e nem a esperança de ter — mas sim em relação a itens de
vestuários, verduras, frutas, e até mesmo pão.
Pior ainda: ele é forçado a trabalhar em um emprego que não
foi por ele escolhido e que, por isso, deve odiar. (Já que sob escassezes, o
governo acaba por decidir a alocação de trabalho da mesma maneira que faz com a
alocação de fatores de produção materiais.) E ele vive em uma situação de
inacreditável superlotação, com quase nenhuma chance de privacidade. Frente à
escassez habitacional, pessoas estranhas são designados pelo governo a morarem
juntas; famílias são obrigadas a compartilhar apartamentos. Um sistema de
passaportes e vistos internos é adotado a fim de limitar a severidade da escassez
habitacional em áreas mais desejáveis do país. Expondo suavemente, uma pessoa
forçada a viver em tais condições deve ferver de ressentimento e hostilidade.
Contra quem seria lógico que os cidadãos de um estado
socialista dirigissem seu ressentimento e hostilidade se não o próprio estado
socialista? Contra o mesmo estado socialista que proclamou sua responsabilidade
pela vida deles, prometeu uma vida de bênção, e que é responsável por
proporcionar-lhes uma vida de inferno. De fato, os dirigentes de um estado
socialista vivem um dilema no qual diariamente encorajam o povo a acreditar que
o socialismo é um sistema perfeito em que maus resultados só podem ser fruto do
trabalho de pessoas más. Se isso fosse verdade, quem poderiam ser estas pessoas
más senão os próprios líderes, que não apenas tornaram a vida um inferno, mas
perverteram a este ponto um sistema supostamente perfeito?
A isso se segue que os dirigentes de um estado socialista
devem temer seu povo. Pela lógica das suas ações e ensinamentos, o fervilhante
e borbulhante ressentimento do povo deveria jorrar e engoli-los numa orgia de
vingança sangrenta. Os dirigentes sentem isso, ainda que não admitam
abertamente; e, portanto, a sua maior preocupação é sempre manter fechada a
tampa da cidadania.
Consequentemente, é correto, mas bastante inadequado, dizer
apenas que "o socialismo carece de liberdade de imprensa e
expressão." Carece, é claro, destas liberdades. Se o governo é dono de
todos os jornais e gráficas, se ele decide para quais propósitos a prensa e o
papel devem ser disponibilizados, então obviamente nada que o governo não
desejar poderá ser impresso. Se a ele pertencem todos os salões de assembléias
e encontros, nenhum pronunciamento público ou palestra que o governo não queira
não poderá ser feita. Mas osocialismo vai muito além da mera falta de liberdade
de imprensa e de expressão.
Um governo socialista aniquila totalmente estas liberdades.
Transforma a imprensa e todo foro público em veículos de propaganda histérica
em prol de si mesmo, e pratica cruéisperseguições a todo aquele que ouse
desviar-se uma polegada da linha do partido oficial.
A razão para isto é o medo que o dirigente socialista tem do
povo. Para se proteger, eles devem ordenar que o ministério da propaganda e a
polícia secreta façam de tudo para reverter este medo. O primeiro deve tentar
desviar constantemente a atenção do povo quanto à responsabilidade do
socialismo, e dos dirigentes socialistas, em relação à miséria do povo. O outro
deve desestimular e silenciar qualquer pessoa que possa, mesmo que remotamente,
sugerir a responsabilidade do socialismo ou de seus dirigentes em relação à
miséria do povo — ou seja, deve desestimular qualquer um que comece a mostrar
sinais de estar pensando por si mesmo.
É por causa do terror dos dirigentes, e da sua necessidade
desesperada de encontrar bodes-expiatórios para as falhas do socialismo, que a
imprensa de um país socialista está sempre cheia de histórias sobre
conspirações e sabotagens estrangeiras, e sobre corrupção e mau gerenciamento
da parte de oficiais subordinados, e por que, periodicamente, é
necessáriodesmascarar conspirações domésticas e sacrificar oficiais superiores
e facções inteiras do partido em gigantescos expurgos.
E é por causa do seu terror, e da sua necessidade desesperada
de esmagar qualquer suspiro de oposição em potencial, que os dirigentes do
socialismo não ousam permitir nem mesmo atividades puramente culturais que não
estejam sob o controle do estado. Pois se o povo se reúne para uma amostra de
arte ou um sarau de literário que não seja controlado pelo estado, os
dirigentes devem temer a disseminação de idéias perigosas. Quaisquer idéias
não-autorizadas são idéias perigosas, pois podem levar o povo a pensar por si
mesmo e, a partir daí, começar a pensar sobre a natureza do socialismo e de
seus dirigentes. Estes devem temer a reunião espontânea de qualquer punhado de
pessoas em uma sala, e usar a polícia secreta e seu aparato de espiões,
informantes, e mesmo o terror para impedir tais encontros ou ter certeza de que
seu conteúdo é inteiramente inofensivo do ponto de vista do estado.
O socialismo não pode ser mantido por muito tempo, exceto
por meio do terror. Assim que o terror é relaxado, ressentimento e hostilidade
logicamente começam a jorrar contra seus dirigentes. O palco está montado,
então, para uma revolução ou uma guerra civil. De fato, na ausência de terror,
ou, mais corretamente, de um grau suficiente de terror, o socialismo seria
caracterizado por uma infindável série de revoluções e guerras civis, conforme
cada novo grupo dirigente se mostrasse tão incapaz de fazer o socialismo
funcionar quanto foram seus predecessores.
A inescapável conclusão a ser traçada é a de que o terror
experimentado nos países socialistas não foi simplesmente culpa de homens maus,
como Stalin, mas sim algo que brota da natureza do sistema socialista. Stalin
vem à frente porque sua incomum perspicácia e disposição ao uso do terror foram
as características específicas mais necessárias para um líder socialista se
manter no poder. Ele ascendeu ao topo por meio de um processo de seleção
natural socialista: a seleção do pior.
Por fim, é necessário antecipar um possível mal-entendido em
relação à minha tese de que o socialismo é totalitário por natureza. Diz
respeito aos países supostamente socialistas dirigidos por social-democratas,
como a Suécia e outros países escandinavos, que claramente não são ditaduras
totalitárias.
Neste caso, é necessário que se entenda que não sendo estes
países totalitários, não são também socialistas. Os partidos que os governam
podem até sustentar o socialismo como sua filosofia e seu fim último, mas
socialismo não é o que eles implementaram como seu sistema econômico. Na
verdade, o sistema econômico vigente em tais países é a economia de mercado
obstruída, como Mises definiu. Ainda que seja mais obstruído do que o nosso em
aspectos importantes, seu sistema econômico é essencialmente similar ao nosso,
no qual a força motora característica da produção e da atividade econômica não
é o governo, mas sim a iniciativa privada motivada pela perspectiva de lucro.
A razão pela qual social-democratas não estabelecem o
socialismo quando estão no poder, é que eles não estão dispostos a fazer o que
seria necessário. O estabelecimento dosocialismo como um sistema econômico requer
um ato massiço de roubo — os meios de produção devem ser expropriados de seus
donos e tomados pelo estado. É virtualmente certo que tais expropriações
provoquem grande resistência por parte dos proprietários, resistência que só
pode ser vencida pelo uso de força bruta.
Os comunistas estavam e estão dispostos a usar esta força,
como evidenciado na União Soviética. Seu caráter é o dos ladrões armados
preparados para matar caso isso seja necessário para dar cabo dos seus planos.
O caráter dos social-democratas, em contraste, é mais próximo ao dos batedores
de carteira: eles podem até falar em coisas grandiosas, mas não estão dispostos
a praticar a matança que seria necessária; e desistem ao menor sinal de
resistência séria.
Já os nazistas, em geral não tiveram que matar para
expropriar a propriedade dos alemães, fora os judeus. Isto porque, como vimos,
eles estabeleceram o socialismo discretamente, por meio do controle de preços,
que serviu para manter a aparência de propriedade privada. Os proprietários eram,
então, privados da sua propriedade sem saber e, portanto, sem sentir a
necessidade de defendê-la pela força.
Creio ter demonstrado que o socialismo — o socialismo de
verdade — é totalitário pela sua própria natureza.
(Tradução de Fábio M. Ostermann)
Fonte: A Direita Brasileira em Ação
Vocês são o PT!
Por Milton Pires
Senhoras e senhores jornalistas da imprensa brasileira,
assim me dirijo a vocês sem mencionar algum
"conselho".."associação" ."sindicato" ou órgão de
classe. Pouco me interessa se vocês o possuem ou não pois o que se segue há (ou
não, como diz o querido Gilberto Gil de vocês) de servir como uma luva para
alguns de seus colegas.
A semana que passou foi marcada pelos gritos desesperados do
menino Bernardo Boldrini quando morava com seu pai e madrasta. Foram vocês que
trouxeram esses gritos para dentro de nossas casas assim como a cena da
torcedora do Grêmio chamando o goleiro do Santos de "macaco" e essa
legião de imbecis que vocês chamam de "famosos" atirando baldes de
gelo e água sobre suas cabeças para ajudar pacientes com esclerose lateral
amiotrófica.
Quando assisto esse tipo de reportagem fico imaginando o
prazer de cada um de vocês... a sensação de "sucesso" e de serem
"grandes jornalistas"..Eu os vejo atravessando as noites nessas
verdadeiras imundícies que são as redações de Zero Hora, Folha de São Paulo e O
Globo, eu os imagino em suas "casas", essas coisas chamadas
"aparthotéis", "lofts", "plufts" ou
"flaps" onde vocês, seus desgraçados, moram com seus gatos siameses e
samambaias para esconder o vazio das suas vidas pois são bichos e plantas que
lhes inspiram muito mais amor do que o bebê de 10 meses que levou um banho de
água e gelo do avô nos EUA ou da menina de Porto Alegre que teve a casa
apedrejada depois de ser exposta ao país inteiro pelo crime
"hediondo" de chamar o goleiro do Santos de "macaco".
Eu fico imaginando cada um de vocês, seus pobres diabos
viciados em cocaína e ecstasy, varando a noite em festas gays na cidade de
Londres de onde depois vocês voltam dizendo que fizeram um "doutorado
cheeseburger" em jornalismo ou comunicação...
Minha pergunta a todos vocês, excrementos da profissão que
um dia já foi o jornalismo brasileiro, é se vocês não tem vergonha na cara... A
quem vocês pensam que enganam insistindo em saber como foi pago o avião de
Eduardo Campos?
Vocês, criaturas com gel no cabelo que escrevem escutando
Cold Play e tomando Red Bull... Vocês, seus lixos, que não sabem sequer se são
homens, mulheres ou nenhum dos dois, pensam que não existe mais ninguém no
Brasil que saiba dar um CONTROL+C ou CONTROL+V e escrever as coisas que vocês
escrevem nos jornais???
Há de chegar o dia em que o bebê que tomou um banho de gelo,
a menina que teve que mudar de casa em Porto Alegre ou os próprios fantasmas de
Bernardo Boldrini ou Eduardo Campos hão de aparecer perante vocês, seus
desgraçados!
Vocês, que com sua ditadura do politicamente correto tem
contribuído para histeria coletiva, são os mestres da desinformação..são os
senhores dessa tempestade de asneiras, de falta de recato, ética e caridade....
Vocês, seus vagabundos, são a própria falta de caridade
disfarçada num surto de pós-modernismo que só pode enganar a quem quiser ser
feito de bobo.
Dia há de chegar, na história desse país, em que todos vocês
vão ser lembrados como a maior legião de vagabundos, covardes e picaretas que
algum dia escreveu em algum jornal do mundo ...Dia há de chegar, seus
desgraçados, em que todos hão de entender quem vocês são...
Vocês, seus espíritos imundos, são o PT!
Fonte: Alerta Total
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Milton Simon Pires é Médico.
Furacão Marina é fenômeno sem precedentes
Em duas semanas Marina Silva mudou o jogo na corrida
eleitoral. Ela cresceu a passos largos e já está empatada com Dilma Rousseff.
Para o historiador Marco Antonio Villa, Marina é um caso único na história do
Ocidente. Dilma também entrou para história como a pior presidente do Brasil
com os números do PIB publicados nesta sexta-feira.
PARA ONDE VAMOS?
Cel Cav Flávio Acauan Souto
Começou com a Venezuela. Pobre país! O tenente coronel Hugo
Chavez, quando tudo indicava que pudesse surgir como um novo Peron, talvez um
Vargas, preferiu trafegar na linha vermelha do bizarro socialismo bolivariano,
como ele o batizou. Comprou briga com os norte-americanos, a quem chamou de
carrascos imperialistas (ainda que não o incomodasse os carrascos continuarem
comprando o seu petróleo) y otras cositas más. Completou essa magistral
idiotice com outras cartadas de igual insanidade, como a submissão aos
inadimplentes Fidel e seu irmão, inclusive com o aporte de farta mesada, o
apoio às Farc, incluindo o governo da Colômbia no rol de seus inimigos, além da
farta distribuição de petrodólares a Cuba, à Bolívia e a outros menos votados.
Tudo por se achar obcecado pela implantação, inicialmente na área andina, da
falácia comunista disfarçada sob o poncho de Simon Bolivar, a quem foi
perturbar na tranquilidade de sua tumba. Não poderia ter sido outro o
resultado: quebrou, literalmente, a pátria de El Libertador. Sua morte, fecho
tragicômico da opereta caribenha de que foi protagonista, chorada por uns e
aplaudida pelos demais, foi um grande serviço prestado ao povo de seu país...
Alguém acredita que esse governo vagabundo do Maduro vai se sustentar em uma
nação falida, em todos os sentidos? Sem dispor do pão e sem levar o mínimo
jeito para o circo, no que o seu padrinho – agora virado em diáfano pajarito –
era rematado mestre?
Por outro lado, quem pode garantir que a queda de Maduro –
ao que tudo indica, inevitável – trará de volta à Venezuela a democracia e a
paz? Qual será a posição das Forças Armadas? Até que ponto estarão elas
contaminadas com o vírus que, com certeza, lhes foi inoculado? Serão os
baluartes da reconstrução democrática, ou produzirão algum clone de tiranete
para substituir o anterior? Terá Capriles ou outro líder antichavista condições
de se eleger e de exercer o mandato? Que fazer com os cento e tantos milhares
de cubanos aboletados em diversas áreas sensíveis da vida da nação? Certamente,
os coleguinhas de Chaves, e agora de Maduro, aí incluído o infeliz governo
brasileiro do PT, acudirão com pretextos e pressões de toda ordem no âmbito da
famigerada Unasul, o serpentário onde chocaram com tanto carinho seus fatídicos
ovos.
Deslocando a pontaria mais para o
Sul, encontramos o oportunista Correa e o cocaleiro Evo, que pegaram carona no
bonde do Chavez. O Maduro não tem cacife para mantê-los no colo, ainda mais
agora, no cai-não-cai em que se encontra. E os dois, pelas próprias pernas, não
irão muito longe caso insistam na enrascada bolivariana em que se meteram. Os
primeiros sintomas começam a se fazer sentir, na medida em que suas economias
fenecem enquanto as dos vizinhos não bolivarianos florescem. Pode até acontecer
que seus países venham também a desistir do tal bolivarianismo e retomem o
juízo perdido. Se o Equador voltar ao seio da comunidade andina, ao lado de
Chile, Peru e Colômbia, a Bolívia não terá como não seguir no mesmo rumo.
Quanto ao valente Paraguai, nosso parceiro de Itaipu teve a sorte de ser
expulso do malsinado Mercosul. Em razão do atrevimento de seus congressistas em
recusar a admissão da Venezuela de Chavez, e não, como se difundiu, por terem
apeado – aliás, dentro da lei – seu lascivo presidente. Volta suas vistas para
a Alca e projeta acordos bilaterais com os EUA e com a comunidade andina. Que
los cumpla feliz!
Os Kirschner, por sua vez, depois de arrematarem a obra de
seus antecessores peronistas, deixando em cacos o fantástico país de seus avós,
também vão morrer, com toda a certeza. Biologicamente, gentileza que El
Penguino já fez aos nossos queridos hermanos, ou, então, politicamente, como a
viúva dele... en la playa. A Argentina, assim como seu vizinho Brasil, tem tudo
para bombar no cenário continental desde que não a atrapalhem governos ineptos
e mal intencionados como os últimos que teve. Se o culto povo argentino, já em
grande parte, como se sabe, impaciente com as artimanhas e arbitrariedades de
seus atuais governantes, exercitar o bom senso e a razão, saberá escolher, na
próxima rodada, quem seja capaz de, pelo menos, não atrapalhar com tanta
intensidade... Ou não saberá... No dizer abalizado de Jorge Luís Borges, o
argentino é um indivíduo; não um cidadão.
Já o pequeno Uruguai, este tem o único presidente melancia
que não enganou ninguém. Declaradamente socialista – não daqueles de 12 anos,
como alguém escarneceu há pouco tempo –, o folclórico tupamaro don José (Pepe)
Mujica, que anda de fusca e calça alpargatas, conheceu bem o resultado
desastroso do assistencialismo exagerado que levou seu país, a saudosa Suíça
sul-americana do início do século passado, à bancarrota quase que total. Sabe
também o quanto custou à sua nação recuperar-se e sair do vermelho. Por mais
extremada que seja a sua ideologia, nada indica que pretenda se valer desse ou
de outro expediente demagógico para se perpetuar no poder. O Uruguai parece
ainda possuir uma estrutura partidária e uma tradição consolidada capazes de
promover o jogo político e a alternância de seus governantes.
É este um cenário irreal? Fruto do otimismo exagerado, até
da alienação ou da ingenuidade de um daqueles inocentes úteis, assim
qualificados em nossos manuais de defesa interna? Será pura utopia, “sonho de
uma noite de verão”, ou terá esse cenário, pelo menos, alguma chance de se
concretizar?
Até teria, não fosse a situação do Brasil, a nação
sul-americana dentre as que obedecem à orientação gramscista do abominável Foro
de São Paulo que se encontra em fase mais avançada de – sejamos claros –
comunização. Mais avançada até que a Venezuela, onde a metade de seu povo hoje
protesta e resiste bravamente. Metade que, salvo inconcebíveis genocídio ou
extermínio, tende a se tornar maioria, porque dispõe de liderança, porque sua
causa é nobre e porque combate o bom combate.
Nenhum outro desses países na fila da cubanização sofre tão
expressivo e generalizado aparelhamento do estado como o nosso. Agentes e
cúmplices do processo, aos magotes, acomodam-se em posições de mando e em
cargos públicos para os quais são em geral despreparados e incompetentes, mas
onde se ajustam à perfeição aos objetivos reais da duma: o popular “tá tudo
dominado”. O último passo, imoral mas decisivo, se deu com a recente
capitulação da corte suprema, onde a cor política ou ideológica logrou
substituir, despudoradamente, o “renomado saber jurídico”.
Em tempos pregressos o secretário de estado norte-americano
Henry Kissinger afirmou que para onde o Brasil se inclinasse toda a América
Latina se inclinaria. É triste a constatação de que hoje se inverte o sentido
daquele prognóstico: é o Brasil que vai a reboque, subserviente à ideologia e
aos mandos e desmandos de agentes de outras plagas, que têm tradições,
princípios e costumes completamente diferentes dos nossos.
Muito piores, entretanto, são nossos próprios agentes
internos, mais preocupados consigo mesmos e com seu sonho cafajeste e
megalômano de poder do que com o país que dilapidam e com o povo que fingem
proteger. Travestidos de brasileiros, o que não são, porque este gentílico não
se aplica aos que roubam sem qualquer cerimônia o patrimônio financeiro da
nação e o pulverizam em obras caríssimas em Cuba ou em suspeitos perdões de
dívidas a insuspeitos ditadores africanos e a contumazes caloteiros sul-americanos
como Venezuela, Bolívia e Paraguai, enquanto condenam o país à estagnação e o
povo brasileiro à ignorância, à insegurança e à insalubridade. Sem falar na
miséria disfarçada pela esmola que o conduz à inércia, condição essencial para
a garantia dos votos que os conservarão, sabe Deus até quando, no domínio do
terreiro que com tanto capricho prepararam.
De onde viemos? Para onde vamos?
Sabemos todos de onde viemos. Independente de convicção
política ou ideológica, todos o sabemos. Viemos de um país que, bem ou mal, com
maior ou menor intensidade, vinha cumprindo as etapas de seu desenvolvimento
social e econômico. De um país sem tantos patrulhamentos e preconceitos, livres
que éramos da tirania do insuportável “politicamente correto”. Se tínhamos
racismo, homofobia e outros “ismos” e “ias”, eram todos muito menores e menos
incômodos do que os que hoje nos são impostos.
Éramos tão diferentes como o somos agora, mas isso não nos
incomodava tanto. Era penoso ser pobre, ou pertencer a uma das hoje consagradas
“minorias”, mas não era pecado não ser ou não pertencer. Viemos de um país em
que não se roubava tanto e tão descaradamente, e não se gastava mais em
propaganda do que em educação. Em que não se trocavam leitos em hospitais
sucateados por estádios de altíssimo padrão. Enfim, viemos de um país que, “sem
chegar a ser uma brastemp”, também não oferecia ao mundo a imagem que hoje
escancara de desordem governamental, de falta de seriedade, de desonestidade
institucionalizada e de tolerância com a violência, com o crime, com as drogas
e com a péssima qualidade dos serviços
prestados à população, que por eles, regiamente, paga.
Por fim, viemos de um país que, historicamente, foi capaz de
vencer os desafios à sua, ainda que frágil, democracia, e de desbaratar as
diversas tentativas de instauração da detestável “ditadura do proletariado”
(proletariado, aliás, que nunca obteve mais do que as migalhas do banquete).
Para onde vamos?
Sim, para onde? Quem souber, por favor, me comunique.
Fonte: A Verdade Sufocada
Aqui entre nós: debate com os colunistas
Por VEJA.com
O primeiro debate entre os candidatos, a entrevista de
Marina Silva ao Jornal Nacional e os novos números do Ibope são alguns dos
assuntos discutidos no "Aqui entre nós" de hoje. Joice Hasselmann
comanda o bate-papo entre Carlos Graieb, editor-executivo de VEJA.com, e os
colunistas Augusto Nunes e Ricardo Setti. É a TVEJA nas eleições 2014.